segunda-feira, 8 de agosto de 2011

PARANÁ


AMPÉRE
Origem do Nome: Meu tio Graciano Leiria era assessor de Luís Carlos Prestes e nos contava uma história interessante sobre a origem do nome da cidade de Ampére. Por ocasião de uma revolução fracassada, o piquete de Prestes se deslocou rumo ao Paraguai para se azilar mais tarde na Bolívia e precisou se acampar a noite justamente nessa região, quando deu a maior tempestade de relâmpagos que já havia visto e por causa da unidade de corrente elétrica, então batizaram o lugar de Ampére, o qual escreveram em uma pedra e em um pinheiro.

Em outubro de 1924, já capitão, Luís Carlos Prestes liderou um grupo de rebeldes na região missioneira Rio Grande do Sul, saiu de Santo Ângelo, e se dirigiu para São Luiz Gonzaga onde permaneceu por dois meses aguardando munições do Paraná, que não vieram. Aos poucos foi formando o seu grupo de comandados que vieram de várias partes da região. Rompendo o famoso "Anel de ferro" propagado pelos governistas, rumou com sua recem formada coluna para o norte até Foz do Iguaçu. Na região sudoeste do estado do Paraná, o grupo se encontrou e juntou-se aos paulistas, formando o contingente rebelde chamado de Coluna Miguel Costa-Prestes, com 1500 homens, que percorreu por dois anos e cinco meses 25.000 km. Em toda esta volta, as baixas foram em torno de 750 homens devido à cólera, à impossibilidade de prosseguir por causa do cansaço e dos poucos cavalos que tinham, e ainda poucos homens que morreram em combate.


fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Carlos_Prestes
Prestes, apelidado de "Cavaleiro da Esperança", passa a estudar marxismo na Bolívia, para onde havia se transferido no final de 1928, quando a maioria da Coluna Miguel Costa-Preste havia se exilado. Lá travava contato com os comunistas argentinos Rodolfo Ghioldi e Abraham Guralski, este último dirigente da Internacional Comunista (IC).


No fim de 1953, com ordem do exército brasileiro, emigramos para o Paraná, para as terras da  Colônia Agrícola General Osório (CANGO), criada pelo Decreto-Lei 12.417/43, no sudoeste do estado – parte da política de ocupação do extremo oeste do Brasil desenvolvida por Getulio Vargas e conhecida como “Marcha para o Oeste”. Além de mim, quase todos os meus irmãos acompanharam os meus pais, a citar: Generoso, Francisca, Cinhana, Mariazinha, Alzira, Rosária, Nestor, José e Santa, sendo que os três últimos se casaram já em Ampére, onde instalamos nossas residências. Ainda vieram conosco para Ampére, Jacinto Antônio Moraes (marido de Cinhana), Albertina Bueno (esposa de Generoso), Sebastião Moraes (filho de Jacinto), Benjamim Vieira (esposo de Alzira) e família, Izaura Leiria e Quintino Varela (sogro de Izaura) e seus familiares. Fomos os primeiros agricultores que habitamos o município de Ampére, no lugar denominado Água Doce, nome esse em homenagem ao município que nós moramos em Santa Catarina. Antes disso chegando próximo a Francisco Beltrão, deixamos a família no bairro Água Branca e nos deslocamos até Ampére, onde tínhamos adquirido 500 alqueires de terra fértil.
Começamos os nossos trabalhos na agricultura. Não tivemos nenhuma ajuda do Governo Federal, a não ser o apoio de reassentamento. Em 1954 começamos o desmatamento e a plantar para sobrevivermos, mas nos sábados e domingos nós fazíamos mutirões de voluntários, para abrirmos estradas e esperar pelo nossos correligionários. Em seguida chegou a família Bialeski; João Bialeski e Vicente Bialeski quem construiu um moinho hídrico para moer trigo, milho e descascar arroz. Mais tarde chegaram as famílias: Veiga, de Angelino Veiga de Freitas; Sotana, de Joamim Sotana ; No Bom Princípio, José Mota e a família Dellani; Para a agricultura, as famílias Francio e Scariotte; Em São Salvador, as famílias de Jõao Abel da Silva, Lindolfo Tavares, Antonio Pereira da Conceição.

Para o comércio se fixaram a família Gnoato com Augustinho Gnoato, que veio a ser o primeiro prefeito de Ampére em 1961, e José Gnoato. Logo chegou a família Detoni com a sua equipe preparada para o comércio. Também se estabeleceu em Ampére a família de João Santonim. Na agricultura a família Pavaligini da qual Lourdes Pavaligini fora nomeada professora em 1954 quando fomos designados professores João Maria Lerias, Lourdes Pavaligini, Leopoldo Devite, Marino Dellani e Luiz José da Silva. Em 1956 perdi um filho, Sebastião Lerias, com 4 anos de idade, de gripe. Em 1958 perdi outro filho, Juvenil Lerias com apenas 7 dias de vida. Nesse ano chegou a família Manfrin que montou uma serraria na Linha Bonita, em seguida foi a família Simonatto e desde então começaram a chegar famílias de vários municípios e estados, pois Ampére abrangia a área de Santa Isabel do Oeste e Realeza do Pinho, que após a emancipação passou a ser simplesmente, Realeza. Em Santa Isabel Do Oeste já existiam quando chegamos em Ampére as famílias Müller, Soranso, Ribeiro Cordeiro (João Ribeiro Cordeiro ou Jango Matheus) e a família Penso. Já em Realeza chegavam as famílias de Bruno Zuttion, de Rubens Cazallani, de José Marcolino Zanchi e de João Meira, os quais em 1961 foram vereadores por Ampére e ainda de Santa Isabel, Juquinha e Folamiotti foram suplentes de vereadores.
Ligando o município de Ampére com o de Pérola do Oeste, em 1954, Generoso Leiria, Simão Faria e eu combinamos explodir uma dinamite nas rochas todos os dias às 18 horas e assim o fizemos, de explosão em explosão, descemos pelo Arroio Aguadoce até o rio Ampére e daí até o rio Capanema. Atravessamos este rio rumo ao município de Pérola do Oeste e chegamos em um rio que demos o nome de Carobá, onde foi aberto um picadão que servia de estrada para animal cavalar. Voltando ao rio Carobá, lá ficamos acampados por 6 meses desmatando um par de lugares para colocar habitantes vindos de vários estados do Brasil. Hoje Carobá é município. Na estrada do Picadão tivemos a primeira safra de 180 cabeças de suínos com em média 90Kg cada, os quais levamos tocados por terra. Em cada ponto fizemos mangueirões, para passarmos com os animais, os quais foram vendidos para o prefeito de Perola do Oeste o Sr Otávio de Matos, quem exportou para um frigorífico argentino. Já a segunda safra, a porcada era em número de 500, morreram ou foram mortos pela febre suína. Perdemos todos os animais e com isto deixei o negócio dos porcos e voltei para a cidade com os meus sócios Antenor e Agenor Fagundes. Quem ficou habitando a área de terras que tínhamos a criação de porcos foi Amancio Medeiros.
Em 1957 tivemos que fazer um levante grevista, ligado a Revolta dos Colonos com vários piquetes para a defesa de nossas famílias e terras o que resultou, em 30 de Dezembro de 1957, na elevação de Ampére á condição de distrito. A emancipação política do município de Ampére foi determinada pela Lei Estadual nº 4348, em 11 de Abril de 1961, e instalado em 28 de Novembro do mesmo ano, sendo desmembrado de Santo Antonio do Sudoeste e Capanema.

A Revolta dos Colonos ou Revolta dos Posseiros foi um levante realizado por colonos e posseiros armados iniciado em 10 de outubro de 1957 como forma de repúdio aos sérios problemas de colonização da região que se estabeleceu entre posseiros, colonos, companhias de terras grileiras, e os governos federal e estadual.
Os problemas surgiram nas glebas Missões e Chopim, situadas no sudoeste do Paraná, na fronteira com a Argentina e sua origens mais distantes remontam à Guerra do Contestado. Desde de dezembro de 1950, quando a companhia de colonização Clevelândia Industrial e Territorial Ltda - CITLA obteve, ilegalmente, um título de domínio de terras que já eram ocupadas por colonos [1] , até a revolta de 1957 a região foi palco atos de violência repugnante: "As ações dos jagunços eram violentas e resultavamem estupros, espancamentos, incêndios, depredações e até mesmo mortes" [2]. Em outubro de 1957, colonos e posseiros tomaram suas cidades e expulsaram as companhias grileiras e os jagunços por estas contratados em outros estados , exigindo que novas autoridades assumissem.

Quando chegamos em Ampére já moravam alguns safristas, os primeiros moradores haviam chegado por volta de 1947, sendo que o primeiro morador foi João Pociano de Almeida. Em 1948 chegaram José Soranso, Adriano Nonato, Florindo Santiago de Miranda bem como as famílias Fagundes, Farias e de Pedro Soares. Havia um delegado, o Sr Eduardo Stock e um fiscal do Cango que se chamava Dinarte. Antenor Fagundes era diretor de assentamento e Agenor Fagundes o subdiretor. O delegado Eduardo Stock e o fiscal Dinarte se desentenderam e partiram para luta armada, Stock foi baleado e o fiscal saiu ilezo. Mas o delegado Stock mandou fazer uma emboscada logo na saída de Ampére para Francisco Beltrão e mataram o Sr. Dinarte, guarda do cango, mas o crime não deu em nada. Ao chegarmos em Ampére já havia acontecido o crime, um tinha ido para o cemitério e o outro tinha pinoteado.

Em 1961, no primeiro mandato da cidade de Ampére, fomos eleitos vereadores João Maria Lerias, Luiz José da Silva, João Alves Fiorelli, Bruno Zuttion, Etelvino Delani, José Marcolino Zanchi, João Alves da Silva, Alvin Kwirant e José Fabrício de Oliveira e elegemos o Augustinho Gnoato o primeiro prefeito da cidade de Ampére, o qual administrou a prefeitura até setembro de 1965, quando se desentendeu com Angelino Veiga de Freita e seu filho Julio de Freita os quais na ocasião foram todos baleados, pai e filho foram mortos, tudo porque mudamos de partido. O prefeito e seu tesoureiro Antenor Fagundes logo que saíram do hospital se retiraram de Ampére, junto com o viceprefeito Arcebílio da Silva, rumo ao Mato Grosso do Sul. Nessa ocasião eu, João Maria Lerias era presidente da câmara e suplente de delegado de polícia, assumi a prefeitura durante 30 dias e após isso fui eleito prefeito “tampão” pela câmara de vereadores até o término do mandato do exprefeito.

Foi então que me dirigi para a capital do estado, Curitiba, para me encontrar com o deputado Arnaldo Faivre Busato que me levou até o governador do estado Ney Aminthas de Barros Braga quem me pediu que voltasse para Ampére a fim de fazer um levantamento das dívidas do município e me deu 30 dias de prazo para retornar a Curitiba. Voltei a Curitiba com um montante de C$ 7.000.000,00, sete milhões de cruzeiros, então, como era apenas 30 dias de levantamento, o governador me deu um cheque assinado de C$ 15.000.000,00 para descontar no Banco do Brasil de Pato Branco. Com isso paguei todas as dívidas do município e transferi o cargo de prefeito ao meu sucessor José Arnoldo Dresch, com dinheiro em caixa, para começar a sua administração e eu fui eleito novamente vereador mais votado. Foi então que o prefeito José Arnoldo Dresch me requisitou para o cargo de Secretário Geral, que exerci até meados de 1968. Quando fui eleito presidente da Câmara municipal, em 2 de agosto de 1968, entrei com um relatório sobre desvio de material de construção entre outras irregularidades na prefeitura. Sugeri a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, para constatar o que de anormal existia na atual administração. Assim sendo deu-se entrada no projeto de lei n°06/68 que criou uma CPI para averiguar as irregularidades havidas nas contas e atos do prefeito José Arnoldo Dresch, o que quase resultou em impeachment. O prefeito teve que devolver o material do estado usado em sua construção. Ainda como presidente da câmara, consegui uma verba com a FUNDEPAR para construção de uma unidade escolar em Ampére, o grupo escolar Cecília Meireles. Consegui o terreno com o Sr Antônio Câmara pois não houve jeito de receber doação do prefeito da época que dizia que era um dever do governador do estado do Paraná, Ney Braga, que foi um governador muito honesto mas era de partido PDC contrário ao do prefeito que era PTB. Só por isso o prefeito não queria nada com o governo, então tive que assumir a responsabilidade dos 20% que o município tinha que dar para o convênio com a FUNDEPAR. Para fazer a terraplanagem do terreno, fui falar com o deputado Arnaldo Busato, quem conseguiu o trator do município de Capanema com o prefeito Manoel Pinto Rodrigues. O trator veio com uma carga de combustível, porém acabou o óleo e eu fui reabastecê-lo no posto de Santo de Carli, chegando lá estava bloqueado o abastecimento para João Lerias, o que me deixou muito irritado, mas pensei bem e me dirigi ao Sr. Antônio Detoni, quem me respondeu que “se o problema era esse, o Benjamim Forte vai buscar o óleo para o trator lá no posto Km 30, mas corra e não precisa pagar, nós pagamos o combustível e a viajem de caminhão” e assim o fizemos e construímos o colégio Cecília Meireles, hoje cartão de visita de Ampére. O vereador Luiz José da Silva, o Laurentino, que havia me atacado quando eu falei para a câmara aprovar a construção da escola, voltou a me atacar quando consegui com o estado mais uma unidade escolar, que seria no afastado bairro da Olaria. Deu outra polêmica, o vereador Laurentino foi a Curitiba dizer que o local que eu tinha sugerido para a construção era fora dos limites da cidade, na estrada de São Salvador. Eu de nada sabia até que um dia chegou os fiscais da Fundepar contando a denúncia, levei-os para conhecer o terreno, os quais aprovaram na hora, porém faltava espaço que me fez negociar mais 2 terrenos para a construção. Ainda com o prefeito Dresch além dos 2 grupos escolares, conseguimos comprar a queda d’água de Vicente Bialeski para a construção de uma hidroelétrica para fornecer energia ao município, fazendo mutirões abrimos valas melhores para escoamento d’água, colocamos postes de pinheiros, conseguimos os transformadores com a COPEL e fui buscar o gerador no município de Joaçaba-SC.
Em suma, em Ampére, fundamos o PTB política em 1960, em 1961 elegemos o primeiro prefeito e a primeira câmara de vereadores, em 1963 fui eleito presidente da câmara, em 1964 elegemos o prefeito e câmara de vereadores também pelo PTB, ocasião que eu fui nomeado cartorário de registro civil da cidade e fui membro partidário fundador do PTB até 1965, quando na ocasião fundamos a ARENA na qual fui eleito presidente por 2 anos e vice-presidente de 1966, quando fui também secretário da câmara municipal, à 1969, retornando para a presidência em 1970.
Sinto-me muito realizado por ter feito parte da criação e emancipação dos municípios de Ampére, Realeza do Pinho e Santa Izabel do Oeste. Ainda como eu era presidente da Arena (Aliança Renovadora Nacional) fui designado para ir a Curitiba para assinar a concordância para desligar esses dois municípios de Ampére. Quem me levou foi o vereador Bruno Zuttion e João Maria Correia, eu estava doente mas fizemos uma cama a três de um gipe e fomos assinar a autorização na casa do deputado Arnaldo Busato.

Hino do município de Ampére (PR), com letra e música de autoria desconhecida.
Hino de Ampére
Vila de Ampére foi o nome primeiro
nos albores de tua fundação
Que te deu um valente pioneiro
ao despertar, meu querido rincão.
(Estribillho)
Honra, pois ao herói desbravador.
Em tua homenagem este hino de louvor.
Do mais elevado idealismo
foi a decisão dos filhos teus
Plena de amor pátrio e civismo
fundaram esta terra abençoada por deus.
(Estribilho)
Salve Ampére! Ó querida cidade
berço augusto da paz e esplendor
És um templo de felicidade
colméia de intenso labor
(Estribilho)
Ampére teu destino é a glória!
Siga sempre a rota do sucesso
Grandiosa há de ser tua vitória
Na caminhada em busca do progresso.
(Estribilho)
Do Sudoeste, solo privilegiado.
Do Paraná, filho altivo e gentil.
Querido ampére meu rincão adorado
Orgulho maior de um povo varonil.

CURITIBA

Fomos morar em Curitiba para eu trabalhar na Assembléia Legislativa com os deputados Cândido Manoel de Oliveira e Luiz Alberto de Oliveira por 8 anos e também gerenciei o Hotel Ede, ao lado da praça Eufrázio Corrêa, que depois passou a ser o Hotel Carimã, hotel esse que tive o prazer de ter como hóspede o então governador José Richa e os prefeitos do norte do Paraná. Nesta época requeri uma casa própria pelo BNH e após 1 ano da inscrição fomos contemplados com uma casa no conjunto Fênix, bairro São Jorge em Curitiba.
Em 1976 fui nomeado representante do FUNRURAL no município de Ampére, separei-me da minha primeira esposa e fui morar em Ampére, no fim desde mesmo ano fui operado do estômago, tive uma séria complicação, os especialistas da Santa Casa de Curitiba, Dr. Saburo e Dr. Lauro, deixaram um vaso aberto dando uma hemorragia interna muito intensa, ao ponto de eu precisar ser reanimado após 3 choques elétricos e re-operado. Nesta época tinha nomeado para a secretaria do Funrural, Jurema Dias Cortes, quem fez tantas confusões e erros na prestação de contas, que foi preciso fechar o escritório. Ela se casou e eu fiquei sem trabalho, mas não esmoreci. Voltei a morar em Curitiba e fui trabalhar em um escritório particular próximo ao hospital das clínicas e me dediquei em internar doentes da região.

FOZ DO IGUAÇU

Em 1983 fomos morar em Foz do Iguaçu, comprei uma propriedade no bairro Jardim Karla, rua Bento Gonçalves nº60. Na ocasião eu trouxe a minha família para morar em umas dependências da casa, enquanto eu morava em outras peças. Logo a filha Margarida se casou e foi trabalhar em Furnas e a filha Terezinha Fátima também se casou e foi morar com o marido e ficamos em casa apenas eu e a dona Iracema.
Em 1984 passei a trabalhar na prefeitura municipal de Foz do Iguaçu, como auxiliar de enfermagem por 4 anos com a Dra Cristina, no Posto de Saúde da Colônia de Pescadores da favela do Monsenhor Guilherme, onde eu colhia, de barraco em barraco, materiais das crianças para exames, sendo que dentro de um ano conseguimos desverminá-las. Neste período coordenei o projeto Mutirão da Casa Própria no bairro São Francisco.  Fundamos a AKLPP(Associação de Moradores do Karla, Laranjeiras e Petrópolis) onde em 1985 como vice-presidente, organizei um mutirão, com picaretas e pás para levar água potável até o jardim Paraná, passando pela fazenda do compadre Pedro Lacos, pois ná época a prefeitura não tinha maquinário.  Criamos também o CTG Charrua, a Umanfi e muitas outras associações. Depois disso voltei a trabalhar na prefeitura como auxiliar administrativo, até me aposentar em 1994.

Logo que chegamos em Foz do Iguaçu, eu me apavorei, pois presenciei uma cena igual a de Ampére. Um vereador, de manhã cedo em uma banca de revista, sacou do revolver e detonou vários tiros em um capitão do exército, quem tombou em óbito. De lá para cá, morrem por homicídio mais de 100 por ano. Em 2005, enquanto escrevo esta página, em 19 de novembro, até então já mataram 284 pessoas, em sua maioria jovens.





Voltando para 1994, quando me aposentei com 2 salários e meio, dediquei-me a trabalhar como voluntário na área social, papel que eu sempre havia desempenhado, pois fui voluntário quando vereador em Ampére, na Assembléia Legislativa de Curitiba, quando cheguei em foz fui voluntário por 8 meses, para depois ser nomeado funcionário. Fiquei a disposição como auxiliar de enfermagem na colônia de pescadores no bairro Monsenhor Guilherme, onde trabalhava 6 horas por dia e de tarde coordenava o já citado projeto mutirão da casa própria, no qual construímos 240 casas e tirei uma para nós.
 
Fundamos a Associação de moradores 1º de Maio, nome que sugeri junto do nome José Sarney este que perdeu por 3 votos, nome este que havia sugerido por ter inaugurado as casas prontas do mutirão. Fizemos uma eleição e fui eleito o 1º presidente do bairro 1º de maio por 2 anos. Construímos a sede da associação com um espaço físico de 22X8 m2 com uma cozinha e 2 banheiros. Depois foi eleito presidente o Sr. Aurélio e ficou 14 anos na presidência sem construir mais nada, após isto foi eleito o meu filho Alexandre Antônio Lerias quem, com a ajuda do prefeito de foz da época Samis da Silva e o deputado Cláudio Rorato, construiu um pré-moldado de 26X18 m2 . O próximo presidente foi Paulo da Silva e eu o seu vice. Construímos o piso, parte das paredes, mais 2 banheiros e uma lanchonete. Fazíamos reuniões constantes todas as quintas de tarde, nas terças curso de artesanato, bordado e pinturas e nas sextas entregas de frutas e verduras.
A pedidos dos moradores requeremos um padre e uma igreja, que incluí no projeto mutirão. Consegui com o prefeito Álvaro Apolloni Neumann um terreno para construí-la, instalamos água e luz no terreno que foi invadido pelos sem-terra. Fui com o padre falar com o prefeito para desapropriar a área, quem reassentou o povo em outro local. Assim sendo começamos a nos reunir e a promover festas para a construção da igreja cristo rei.
 
Em 1991 fundamos o Clube Velho Amigo da 3ª idade onde fui eleito presidente. Em 2000, fizemos uma parceria com o prefeito Celso Samis da Silva, o qual me repassava R$ 72.000 reais por ano para a terceira idade pagar uma professora de educação física (profª Leonora), uma professora de hidroginástica (profªSheila), uma professora de dança(Júlia Corneta), um professor de canto(maestro Francisco Medeiros Rodrigues), 4 músicos brilhantes (Sílvio Medeiros Rodrigues, Valdir dos Santos, Zé da Gaita e Irineu Levandoski) que realizavam as tardes dançantes para idosos, um contador e uma secretária. Fizemos também uma parceria com o Poder Público para coordenar 3 banheiros públicos no terminal urbano de Foz do Iguaçu, no qual mantivemos 3 funcionárias para a sua manutenção e limpeza, cobramos R$ 0.50 por pessoa, perfazendo um total de 4000 pessoas por mês, fora o mesmo tanto de idosos e deficientes que têm o seu banheiro exclusivo e gratuito. Fazíamos parte do Centro de Convivência do Idoso de Foz do Iguaçu, construído pelo ex prefeito Samis da Silva, até o ano de 2005, quando, na gestão do Prefeito Paulo Mac Donald Ghisi, o hoje deputado e na época vice-prefeito, Vitorassi nos expulsou por inconveniência política.
 
Na área da educação, fui conselheiro do colégio estadual Mariano C Paganoto por 8 anos, além de ajudar a implantar, junto com duas senhoras da associação,Cristina e Ângela, a Creche Pingo de Gente no Cohapar III, que foi assumida pela prefeitura de Foz desde então.

Tenho sido conselheiro de saúde municipal por 6 anos, como conselheiro de assistente social por 5 anos.

Decreto 15789/04 | Decreto nº 15789 de 22 de junho de 2004 de Foz do Iguacu

DESIGNA MEMBROS PARA COMPO - REM O CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.
O Prefeito Municipal de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, no uso das atribuições legais que lhe são conferidas pela letra e, inciso I, do artigo 86, da Lei Orgânica do Município, tendo em vista o contido nos artigos 11, 12 e 24, da Lei Municipal nº 1.976, de 14 de novembro de 1995, alterada pelas Leis nºs 2.207, de 19 de abril de 1999; 2.376, de 16 de abril de 2001 e 2.912, de 11 de maio de 2004, DECRETA:
...* Representantes das instituições de atendimento à terceira idade:
CLUBE VELHO AMIGO
Titular: João Maria Lerias CONCCITI - CONSELHO COMUNITÁRIO DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO
Suplente: Amado Olidio da Silva * Representantes das instituições de atendimento da política de proteção especial à criança e ao adolescente: …
Gabinete do Prefeito Municipal de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, em 22 de junho de 2004.
Celso Sâmis da Silva
Prefeito Municipal







Em 1998 fundamos a FATIPAR, Federação da Terceira Idade do Paraná, com sede em Foz do Iguaçu. Fui eleito presidente até 10 de março de 2006 e fui conselheiro da secretaria estadual de saúde pela Fatipar, ocasião que foi feita eleição no município de Cascavel – PR. Em agosto de 2005 fizemos uma reunião em Cascavel com a participação de 960 representantes de 100 municípios e em outubro elegemos uma comissão para preparar a eleição já citada de 10 de março de 2006.


RESOLUÇÃO CES/PR n.o 020/05

O Conselho Estadual de Saúde do Paraná – CES/PR, regulamentado conforme disposto no inciso
III do artigo 169 da Constituição Estadual e artigo 1o da Lei Federal n.o 8.142, de 28 de dezembro de 1990, pela Lei Estadual n.o 10.913, de 04 de outubro de 1994, no uso de suacompetência regimental conferida pelo art. 5o, reunido em sua 108a Reunião Ordinária, realizada em 29 de junho de 2005,  RESOLVE
Aprovar a constituição da Comissão Organizadora da 3a Conferência Estadual de Saúde de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, composta pelos conselheiros:

1. Cristiane M. Cognialli - Trabalhador de Saúde

2. Euclides Gonçalves – Usuário

3. Francisco Eugênio Alves de Souza - Prestador de Saúde

4. Gilberto Berguio Martin - Gestor

5. João Maria Lerias - Usuário

6. Jonas Brás – Trabalhador de Saúde

7. Ruy Pedruzzi - Usuário

8. Tereza Lopes Miranda - Trabalhador de Saúde

Curitiba, 29 de junho de 2005.

Maria Goretti David Lopes

Presidente do CES/PR

Homologo a Resolução CES/PR n.o 020/05, nos termos do § 2o, art. 1o, da Lei Federal n.o 8.142,

de 28 de dezembro de 1990.

Dr. Cláudio Murilo Xavier

Secretário de Estado da Saúde do Paraná


Durante a minha gestão na FATIPAR, a terceira idade participou de vários eventos. Só no ano de 2005 coordenamos a Conferência Regional de Ciência e Tecnologia em Londrina. De 13 a 15 de junho, participamos das reuniões da MOPS (Movimento Popular de Saúde) em Goiânia e na Bahia 26 e 27 de agosto. Em setembro tivemos uma plenária de saúde no município paranaense de Pato Branco. Em 3 de outubro fizemos uma reunião de congregação da Federação no município de Nova Esperança-PR. Também participamos das plenárias de saúde por 3 dias em Brasília, Distrito Federal e em 3 de novembro tivemos uma reunião em Paranavaí-PR com o líder João de Társio.


DECRETO Nº 3299 - 07/07/2004
Publicado no Diário Oficial Nº 6766 de 07/07/2004




.
Súmula: Nomeação de Conselheiros para comporem o Conselho Estadual de Saúde do Paraná-CES/PR...
.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ, tendo em vista o disposto nas Leis n°s 10.913, de 4 de outubro de 1994 e 11.188, de 9 de novembro de 1995, e no Decreto n° 408, de 23 de fevereiro de 1995,
Resolve nomear, para comporem o Conselho Estadual de Saúde do Paraná - CES/PR, os seguintes Conselheiros, eleitos na 6ª Conferência Estadual da Saúde:
Representantes de Entidade de Aposentados e Pensionistas
JOÃO MARIA LERIAS (Titular) e MARIA ELVIRA DE ARAÚJO (Suplente) – Federação das Associações da Terceira Idade do Estado do Paraná – FATIPAR.
Curitiba, em 7 de julho de 2004, 183º da Independência e 116º da República.
ROBERTO REQUIÃO,
Governador do Estado
CLAUDIO MURILO XAVIER,
Secretário de Estado da Saúde
CAÍTO QUINTANA,
Chefe da Casa Civil





Fui eleito novamente conselheiro estadual de saúde, na Conferência de Saúde Pública do Estado do Paraná em Foz do Iguaçu, para os anos de 2006 e 2007 e fui eleito conselheiro dos direitos da 3ª idade para os mesmos anos. Fomos nomeados pelo prefeito municipal para atuarmos nos conselhos municipais e foi assinado pelo governador Roberto Requião para atuarmos nos conselhos estaduais. Fui articulador para que a já citada conferência estadual de saúde, a primeira fora da capital, pudesse ser em Foz do Iguaçu para a qual eu fui autorizado pela presidente do referido conselho, Srª. Joelma de Carvalho. Como conselheiro faço parte da comissão de finanças do estado na saúde pública e até escrever essas linhas, tenho sido do conselho já a 5 anos junto de Dílson Paulo Alves e a Srª. Elvira de Araújo, onde participamos como voluntários de uma reunião ordinária por mês e extraordinárias sempre que houve necessidade e no conselho municipal, 2 reuniões por mês, mas como eu amo tudo o que faço, faço tudo com amor.
E por falar em amor...

Nenhum comentário:

Postar um comentário